quinta-feira, março 30, 2006

Chiquinho

Estou na baía do Mindelo. Visitei os armazéns hoje reconstruídos num espaço cultural! Dei as tais voltas à ilha e regressei ao largo do Coreto!
O Mindelo é uma capital atlântica ao nível dos melhores espaços a norte do Equador. Visitei o mercado, provavelmente da Ribeira com uma torre parecida com a de Belém adjacente...Entrei num bar duns alemães, recentemente instalados...com bookcrossing e tudo... E se existe um local simpático na cidade a não perder são os Correios!.
O resto é a vida de uma cidade que nunca dorme . Aproveitando a água quente da central térmica, a Lajinha, faz-se uma praiinha entre o final da manhã e o antes de almoço. Gente fina de gravata e sapato na praia cheio de negros bem constituídos e mulheres super atraentes! É assim o Mindelo.
O mercado não tem uma cor. Reconstruido é um dos locais mais bonitos para um visitante ocasional. Não tive tempo para me encontrar com o Germano de Almeida que gostaria de conhecer. Não sei se continua a exercer como advogado. Mas não tinha causa. Estava em estado de morabeza. Fui visitar uma das duas companhia de seguros locais. Soube notícias do meu Benfica que aqui continua a ser considerado ( e bem!) um grande clube a nível mundial!
Não encontrei a Cesária, que provavelmente estava a gravar em Paris, nem tive tempo para passar uma noite no Bar Mindelo nem nas suas orlas. Porque o Mindelo não pára! Fiquei com um prato de bonito em caldeirada, regado com vinho branco de Portugal e acabámos com um queijo de Stº Antão com doce de papaia e um dos muitos bons groges da ilha. A visita foi demasiado rápida. O Mindelo merece pelo menos uns bom fim de semana para que o viajante fique a conhecer a cerveja mais cara do mundo, A Cleps feita com água destilada e fabricada na ilha. E ter tempo para se aperceber de todas as cores que se passeiam na rua...o Mindelo possui todos os modelos de automóveis em condições, como a ilha de Fidel... Mais modernos, mais potentes e mais europeus, claro!
Já tinha vários amigos no Mindelo...antes de lá chegar. O Liceu do Dr. Baltasar Lopes e a "Claridade" sem esquecer obviamente o "Chiquinho". Ficaram de fora de propósito, o Eloy e a sua sabedoria, que desde a cachupa, à literatura cabo-verdiana e à denúncia dos desastres ecológicos que sofre esta extensão atlântica do Sahel nunca deixou de ser irreverente contra ventos e marés e o Prof Alberto Carvalho que me ensinou a ter cuidado com a linguagem e a não teimar em ser tão europeista num mundo tão diverso e complexo como é Cabo Verde e toda a Àfrica... A eles lhes dedico este post!