quinta-feira, março 30, 2006

O Fio de prata

O primeiro fumei-o na praia! Debaixo de um toldo e de um calor insuportável. ...Um dos gajos lia Nietsche, alto para todos "Assim falava Zaratrustra...Mas o monitor ou não estava ligado ou a imagem desaparecia no ecrán. As cores eram erradas ou anormais... Mas tudo nesse tempo era possível até as nossas próprias vidas.
Havia para além das pessoas e das coisas, relações fortes que ajudavam a ultrapassar um desgosto de amor, uma frustação qualquer...havia sempre para além do vazio que separava os corpos um fio invisível para quem sabia que só existia um momento no baile.
Muitos anos mais tarde voltou a acontecer...
Dá-me a tua mão disse-me ela... E eu dei.
É pois perfeitamente legítimo depois disso continuar a chamar-te meu Amor!

1 Comments:

Blogger joão said...

"Rêve oublié, lembras-te?
Tudo é possível, até a nossa própria vida.
Porque nás os três, inês talvez o saiba somos o que somos e estamos fartos.
Estou em casa, algures traduzindo baudelaire, tudo está na conjunção dos espaços.
....
O medo é o Édipo no sangue, nem mais forte nem menos forte, o Hermínio estava enganado. De que serve reler a Nadja e apalpar Lisboa mal, se continuamos a venerar as suas memórias como os apóstolos o fizeram?
O Homem é o fazer, a presença atravessando o objecto e a fonte, o seio prometido na viagem. A verdadeira alquimia é o Homem ser o seu próprio feiticeiro.
Tu sabes, gostaria de estar contigo como na noite da bebedeira das pirâmides, na noite perpétua dos três, talvez Inês ou mais, quem sabe, soltando os fantasmas em balões, queimando fitas, curtindo jaqueline amor e a duna mágica, com o teu pássaro-guerrilha lado a lado, percorrendo o momento, o mar e o búzio dentro...não pares.

Zé Viegas, 1978"

Aquele abraço, saravá

março 31, 2006 6:56 da tarde  

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