sexta-feira, junho 02, 2006

Vai já...antes que seja noite

Vivo na rua com o nome do doutor Sousa Martins, médico, cientista e investigador!
José Tomás de Sousa Martins nasceu em Alhandra, a 7 de Março de 1843, filho de um carpinteiro. Foi o mais novo de quatro irmãos. Após a morte do pai, passa, ainda em criança, a viver com um tio, dono da Farmácia Ultramarina que ainda hoje existe na Rua de S. Paulo, em Lisboa, quase em frente ao Elevador da Bica. Tirou primeiro o curso de farmacêutico, e só depois o de médico e, em poucos anos, tornou-se um dos vultos marcantes da sua época.
Um dos cientistas mais prestigiados do país, desfrutava de projecção internacional pelo estudo da tuberculose e das doenças nervosas. Integra a Geração de 70 e afirma-se «um progressista e um maçon».
Em 1881, o Doutor Sousa Martins ao fazer uma expedição à Serra da Estrela considerou a elevada montanha um local óptimo para o tratamento da tuberculose. Em sua honra e pelo seu empenho à causa da tuberculose, veio a ser dado ao Sanatório agora aí existente o nome de Sousa Martins.
Solteiro e “bom rapaz”, filho exemplar, dedica-se à medicina, física, química, botânica, zoologia, cirurgia, literatura, poesia, filosofia, história e oratória. A luta contra a tuberculose fazia-o expor-se à doença, nos contactos diários e directos com os doentes terminais. Detinha-se junto deles, a amenizar-lhes o medo. Muitos morreram de mãos entre as suas, alguns viram-lhe “auras” estranhas sobre os cabelos.
Aos seus alunos dizia: «quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e, se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso».
A tuberculose foi quem lhe arrancou a vida. Na madrugada de 17 para 18 de Agosto de 1897, tinha Sousa Martins 54 anos, sem vontade de assistir à sua derrota, suicidou-se. Antes de morrer escrevera: «a tuberculose, antes de arrancar a vida ao homem, faz dela um longo martírio, e do mártir um inválido». Confidenciara ainda a um amigo que «um médico ameaçado de morte por duas doenças, ambas fatais (tuberculose e lesões cardíacas), deve eliminar-se por si mesmo». Hoje, a sua fama perdura (sobretudo a nível popular), devido ao seu saber, inteligência, caridade e dedicação com os doentes pobres. Sabendo dosear tanto os produtos naturais como os químicos, efectua curas espectaculares merecedoras de muitos louvores. Faleceu em 18/8/1897. Repousam hoje os seus restos mortais num mausoléu de família no cemitério de Alhandra.
"Dizem que por amor se matou novo....ali no lugar de Porto Covo!

1 Comments:

Blogger Titá said...

Interessantissimo. Não conhcia nada da vida de Sousa Martins e achei de facto, muito interessante.
Obrigada por partilhares teu conhecimento.
Bjs

junho 02, 2006 11:06 da manhã  

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