sexta-feira, julho 14, 2006

Die Ezel (Os Mestres desamados)

Ontem fui ao lançamento simultâneo de dois livros um pouco "fora de moda". Raramente me desloco a lançamentos e apresentações. Mas aquele encontro confesso, despertou-me um interesse particular. Ambos de autores eram meus conhecidos... Pensei encontrar o G.A.R.U. no excelente e simpático Espaço do Exílio no Estoril mas enganei-me profundamente...Os dois autores ficaram bem sentados entre o Sr. Presidente da Câmara( como bom social democrata, a separar a esquerda da direita... porque afinal são os três munícipes de Cascais e ninguém quer mais arrastões no burgo...).
O primeiro falou "Do silêncio de Deus em Auschwitz". O segundo da vida atribulada de uma agente dupla que acabou por ser dispensada dos seus serviços e acabou bem nova, sem eira nem beira.
Mas os pobres e mal amados Profs. foram eles, que não se conheciam e que se desprezaram profundamente...Um pelo seu discurso ligeiro, romântico, simpático, bajulador e ultrapassado e o outro pelo seu cinísmo ateu "judeu"practicando ele sim, a lógica do aniquilamento do outro.
Não saltámos nem experimentámos nada de novo, dançando ao som das palavras sábias. Não praticámos nenhum acto cívivo digno de cidadania. Saímos apenas descaradamente em massa, para evitar qualquer diálogo ( se é que houve...) que nunca deveria ter existido.
O que assistimos foi a uma verdadeira lição de profunda desonestidade intelectual entre um passado e um futuro que dificilmente se podem harmonizar. Secas e sem leite as tetas, já não existem margens de certa maneira. A "Lebensraum" para os psicopatas, para casos mais graves não é o palco... pelo menos... sem autorização médica!
E mais... a bela vila de tantos refugiados ilustres, não dispõe de uma casa de banho pública na estação de comboios onde se pudesse vomitar o refluxo de tanto autismo.

Porque o vento como escrevia o Jeroen Brouwers "é sempre a vida de alguém".

1 Comments:

Blogger Elsa Gonçalves said...

São os fracassos sobre os quais nunca se fará história. Nem éramos muitos e alguns adormeceram embalados pelo calor da tarde e pelas palavras desconcertantes num discurso que se pretendia concertado.
São ... os enganos dos dias!
E para o Snr Presidente da CMC deixo um aviso, não invente. Aproveite a imaginação e dê-lhe sentido útil, os exilados merecem, os escritores também e o Verão ainda está muito, muito quente.
Desculpa lá, Fokas, este comentário não é bem para ti...mas, fica por aqui, se assim o entenderes.
maria

julho 15, 2006 1:48 da manhã  

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