sexta-feira, outubro 06, 2006

Aziyadé

Não encontrei os olhos verdes de que me falaste... mas encontrei uma parte da minha vida... nas longas caminhadas sem sentido que fizemos por Istambul.
Partida de manhã da Piyerloti Caddesi, regresso pelo pôr do sol, na chamada da oração: fazer uma visita pelas mesquitas, descalçar os sapatos, olhar os mausoléus, sentar-me ao sol depois à entrada, parar em todos os cafedjis, beber um turco sem açúcar ou um vinho branco, e depois de um jantar, uma Raki, fumar um merecido "narguillé" ao som de uma banda improvisada no momento... éramos todos de novo livres e desconhecidos...
Istambul é uma miragem, cheia de movimento e de luz que nos leva a locais estranhos... Dos banhos turcos onde vi um alemão a ser devidamente chicoteado ao Pera Palace onde se encontram velhos antiquários e traficantes que ainda disputam o quarto da Greta Garbo ou da Agatha Christe...( a Suite do pai fundador Mustafa Kemal, o Ataturk, é hoje um museu!)
A Sublime Porta tem um charme incomparável porque é unica... belas eslavas a caminho de uma nova servidão, velhos e crianças que trabalham antes e depois das chamadas dos "Muezzins". Nas avenidas novas, a marca da globalização é evidente (aqui podemos ver um pouco de tudo o que já conhecemos...MacDonalds, pares de mãos dadas de todos os sexos, irmãos búlgaros...beijos e piercings, rastas e muito poucos "tchadores"). Istambul tem tudo, para todas as cores e palares!
Antes da meia noite organiza-se a limpeza da cidade na praça Taksim, em frente ao momumento dos jovens turcos... a confusão é enorme mas tudo acontece como se nada de anormal se passasse... os jornais falam do escândalo recente de um jovem que sem armas desviou um avião para Roma.
Regressados a Lisboa a 5 de Outubro ouvimos o discurso do Presidente sobre a República e a corrupção...
Ai que saudades que eu já tenho ... da bela Nilüfer e da bela Nadira que deixei para trás no avião!