segunda-feira, dezembro 10, 2007

Blues

Cheguei ao porto de Amsterdam. Quatro dias de mar depois de deixar Lisboa agora já com as horas trocadas e as canções do Brel na cabeça. Sur le port d' Amsterdam.. sur le port d' Amsterdam.

Num café no porto... depois de muita cerveja e genebra até altas horas da madrugada. Na rua o céu estava negro sem estrelas e chovia muito sangue, suor e cerveja.... Lembro-me dela aparecer na sala, alta e esguia, de um negro azul, com o cheiro do café da Etiópia. Perguntou-me depois se eu gostava simplesmente de passar uns momentos acompanhado. Antes de o sol nascer vestiu a sua farda azul que combinava com a a sua cor azul e deixou-me sózinho com os meus demónios azuis. Sorte minha que os marinheiros só vêem a a vida em azul.