domingo, dezembro 02, 2007

You're breaking my heart

Escrevi há um dias que as canções de amor estão de regresso.

E acredito mesmo que sim, depois de ter lido um artigo do Bernard- Henri Lévy sobre "Amor e Estado" publicado na Visão de há duas semanas. Acerca do divórcio do presidente Nicolas Sarkorzy. Aí se faz um retrato acutilante da contínua decomposição da esquerda francesa (que em vez de se preocupar com os problemas reais do povo real entrou num delírio de mau gosto). E acaba assim... "Não consigo deixar de encontrar algo de belo nesta mulher, que fez a sua escolha de tantos arranjos e transacções, que curiosamente decidiu saltar, sair do palco quando tanto outros e outras ainda sonham entrar nele... Não é Jackie O.. Não é Lady Di. É uma mulher esquiva, caprichosa e livre".

Voltei a pegar num outro livro já com cerca de 15 anos em que o mesmo autor com Francoise Giroud, desta vez debaixo da sombra amena de uma figueira (real) conversava sobre Os Homems e as Mulheres. Claro que uma boa parte das conversas estão datadas pelo aparecimento da Sida e portanto carregadas de algum pessimismo do "Zeitgeist" que se vivia na Europa, por uma geração crescida com a pílula e alguma liberdade sexual.
Mas a certa altura Françoise Giroud, mais velha e sensata do que o seu jovem amigo, diz o seguinte: "Alguns homens quase nos põem loucas. Conheci um ciumento patológico que era por outro lado, o homem mais espiritual do mundo. Quando entrava em transe de ciúmes, tornava-se estúpido e vulgar... Teve o descaramento de me dizer que desejaria fechar-me numa gaveta e só me tirar de lá para ele."

Concordo que a ausência total de indícios de ciúme é perturbadora e pode ser vista como o começo de um desamor, mas hoje, com tantas princesas no écran, esse sentimento rídiculo de "quem é que amaste antes de mim?" é uma verdadeira parvoíce.
Partir copos em salões de bailes caíu simplesmente e ainda bem no campo da literatura de horror.